"Muitas vezes me pergunto se estou fazendo mais mal para essas pessoas do que bem"
Está na ar a edição 003 da 3x4. A revolta dos entregadores, brasileiros no Afeganistão, os melhores (e piores) filmes de Clint Eastwood, as fobias modernas e mais.
Que tal uma música para acompanhar?
The Record Company - Paradise
João Wainer é um fotógrafo paulistano que mergulhou na profissão aos 16 anos e contou mais histórias do que você possa imaginar em seus quase trinta anos de carreira.
Com um olhar sempre mais voltado para a periferia, Wainer hoje também se dedica ao cinema e pensa que a sua missão mudou com o advento da tecnologia.
"Antigamente a minha maior missão era conhecer e retratar a realidade. Gostava de ir até às quebradas e ouvir o que as pessoas ali tinham a dizer, ouvir suas histórias e jogar luz em problemas que costumavam ser ignorados pela sociedade. Mas isso foi na década de 90, quando o acesso a uma câmera fotográfica era difícil. Hoje, qualquer celular é capaz de filmar e isso mudou a maneira com que eu entendo a minha missão. Quero que as pessoas contem suas próprias histórias e falem sobre suas realidades, quero ver a molecada da quebrada contando suas próprias histórias. Tudo o que posso fazer para colaborar nesse sentido, faço"
Neste ensaio, João conta um pouco sobre fotografias marcantes que fez ao longo da carreira. Do Carandiru ao Polo Sul. Da cobertura política às dificuldades da população africana.
E já que a pauta hoje é fotográfica, essa conta do Twitter publica dezenas de fotos, todos os dias, dos mais variados tipos. Com certeza seu feed vai ficar mais agradável com essas belas imagens:
Há, no momento, poucos jornalistas brasileiros que estão em Cabul, no Afeganistão, cobrindo a tomada de poder do regime Talibã naquele país.
Se você tem curiosidade em saber o que acontece por lá, os perrengues que eles enfrentam nessa cobertura e ver ótimas fotos do local, é altamente recomendado que você siga ao menos dois deles:
Felipe Dana — A conta de Instagram do Felipe Dana por si só já é puro ouro. O cara é especializado em conflitos, e no feed dele você vai ver fotos de Gaza, Síria, Senegal, Iraque, Ucrânia, etc., ou seja, não importa qual seja o lugar do planeta, se está rolando uma treta o Felipe tá lá.
Anelise Borges — A correspondente da Euronews embarcou para Cabul depois da tomada de poder do Talibã, e mesmo com toda a opressão que o regime impõe as mulheres, Anelise segue nas ruas fazendo suas reportagens e entrevistando, inclusive, membros do governo.
Ela conta, nesta entrevista à Folha de São Paulo, sobre as dúvidas na chegada ao país. "Fizemos uma avaliação, mas a viagem ultrapassava todos os riscos que a Euronews normalmente se propõe a assumir. Nem a companhia de seguros quis nos assegurar. Eu vim em um momento em que muitas pessoas já tinham ido embora".
Anelise também fala sobre seus conflitos internos nessa cobertura, já que muitas pessoas — especialmente as mulheres — querem ser filmadas e dar nome e sobrenome. "É um equilíbrio muito difícil, realmente não sei se estou fazendo a coisa certa. Muitas vezes me pergunto se estou fazendo mais mal para essas pessoas do que bem. Porque sei que quando eu for embora, elas vão ficar".
Um assunto que é comum todos nós, principalmente em épocas pandêmicas, é o uso excesso de tempo que passamos online. "Estamos ansiosos e irritados com o tempo que passamos nas redes sociais, somos oprimidos por nossas caixas de entrada de e-mail e pelas manchetes deprimentes sobre o comportamento das empresas de tecnologia que deixam muitos de nós deprimidos".
Nesse texto da Gizmodo, somos apresentados a 6 fobias causadas pela tecnologia. Veja se você se identifica com alguma:
Nomofobia — medo de ficar sem o celular ou longe dele por um longo período.
Escopofobia — medo de ser vigiado digitalmente ou ter seus dados roubados por meio de aplicativos.
Radiofobia — medo da radiação provocada pelos aparelhos eletrônicos
Aviofobia — Medo de voar ou dirigir (eu ainda não consegui entender o motivo de estar nessa lista)
Amaxofobia — relacionado ao estresse pós traumático causado após escapar de um acidente de carro. Como o futuro são carros elétricos sem motorista e bateria elétrica, esse é um medo tecnológico justificável.
Fobofobia — medo de desenvolver mais fobias do que aquelas que você já tem.
E aí, se identificou com alguma? Tem umas duas aí que me deixaram meio bolado. Comente aí...
"Mesmo antes dos roubos começarem, os 65.000 entregadores da cidade haviam tolerado muito: os salários flutuantes, as rotas cada vez mais longas, a pressão implacável do tempo imposta por um software mercurial, o descuido mortal dos motoristas, a chuva torrencial, o calor brutal e a indignidade de mijar atrás de uma lixeira porque o restaurante que depende de você se recusa a deixá-lo usar o banheiro. E todos os dias havia os itens trivialmente pequenos que as pessoas pediam e as gorjetas mesquinhas que davam — tudo isso enquanto te chamavam de herói e evitavam o contato visual."
No The Verge, a história por trás dos entregadores de aplicativos de Nova York, que para os aplicativos são considerados trabalhadores independentes, para os restaurantes, emissários, e para os clientes, eles representam os restaurantes. Mas, na realidade, estão por conta próprio e não contam nem com ajuda governamental.
Lá é como cá.
Nesta quinta, dia 16 de setembro, Clint Eastwood lançou seu novo filme. Em Cry Macho: O Caminho Para a Redenção, o americano de 91 anos é o responsável pela direção e ainda é o dono do papel principal.
A Rolling Stone listou os 3 piores e os 3 melhores trabalhos de Eastwood, conforme sinopses e avaliações do IMDb.
(spoiler: Menina de Ouro, logicamente, está entre os 3 melhores e, depois da primeira vez, nunca mais consegui assistir esse filme novamente. Pesado)